quarta-feira, 22 de março de 2017

Palavras cotidianas



São muitos os muros
da vida
as pedradas
cotidianas insanas
as risadas 
as lágrimas

só os teus
olhos podem
me acalmar
nesse cotidiano

porque nem o mar
nem as ondas
arrebatam
o meu coração
cigano

por isso sofro
tanto nesse
capitalismo
desumano

e não acompanho
essa sociedade
feita de mentiras
ócios e desgosto

porque quanto
mais sonho
mais me roubam
e quanto mais desejo
mais me socam

a face e oferecendo
a outra desgasto minhas
palavras

que vão ficando amareladas
esquecidas e pranteadas.

Não deixem que me usem
no futuro, vós, os que sabem
o que digo, para que o meu nome
não seja usado como lixo.

Pranteai comigo
enquanto não sou pó nem poeira
na calçada.

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