sábado, 24 de dezembro de 2016

De amor em amor


De amor em amor
sinto saudades de
algumas coisas que
me deixaram sentir:
os teus cabelos
negros sobre o meu pescoço,
tua boca de sal sobre a minha,
tuas mãos sobre os meus poemas,
minhas mãos em tua cintura rubra.
Ai, de amor em amor,
quantas saudades de
te levar em minhas caminhadas
como a gota de orvalho.
Só de ouvir tua voz
baixa, sonora, como
a voz de uma gaivota marinha.
Ai, de amor em amor,
sinto saudades de algumas
coisas que só você podia
me dar: teus olhos de mar
escuros como a noite,
sua braveza cigana,
sua ignorância, sua
beleza morena e monumental.
Tenho saudades dessas coisas
por que tudo na vida é saudade.
Por que tudo passa por nós
para que a lembrança seja o
gostinho da eternidade.
De amor em amor,
ai, sinto saudades
de algumas coisas que
me deixaram sentir:
a brisa leve dos teus beijos,
o toque suave da tua voz,
o teu silêncio de manhã.
Ai, que saudade!

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