eu repito sempre a mesma canção
em silêncio, tentando imitar os pássaros
e o ruído da tempestade marinha
que sacode a terra e as águas cinzas
do oceano atlântico. Não ouves, amada minha?
Companheira que amo sempre, sem mãos, sem pés,
sem ruas, sem casas, não ouves o mesmo
verso de manteiga, que te dou? a mesma
estrofe, que te amasso, porque sou
padeiro de versos? sempre repito
as mesmas coisas, e me cansa
repeti-las, me cansa lança-las no
mar para tornar a vesti-las
com escamas e sal, e dejetos do
oceano. sigo sempre amada, porque
te amo, ó boca de algodão, pura estrela
em forma de musa inspiradora.
Agora se quiseres ir, vá.
E se quiseres me ouvir
que tu, abraçada a mim
com tua boca, que tu,
que apenas tu,
(me amando)
me ouça!
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