Amor, não me fira
com tua boca de gazela.
Não me fica com suas
mãos doces de mulher.
Não me fira com o
desejo que arde e que
arrasta os meus olhos
até as miragens dos
rios distantes e cristalinos.
Amor, não me fira
que ainda sou tão menino...
Me machuco com palavras
facilmente. Já dizia uma
árvore sombria que palavras
são navalhas que nos deixam
feridas...
Amor, não me fira
toque os meus braços de camponês,
sinta os meus lábios de terra,
sente minhas mãos de áspera luz.
Ainda sou menino, e já és mulher.
Ensina-me a gerar a vida e as estrelas.
Ensina-me a gerar o relâmpago e a imensidão.
Amor, não me fira
dê-me tuas mãos e vamos
nesse caminho iluminado de pássaros,
nessa estrada escura de luz
nessa terra onde plantamos e colhemos
tudo o que não podemos ter
nessa miragem, nesse suspiro...
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