sábado, 19 de julho de 2014

PACIÊNCIA ARDENTE

Estou a beira de uma lua azul,
Lua que consome a imaginação do oceano.
O oceano que sonha com águas de rios
Percorrendo seu litoral de ondas brutas.
Onde estavas, águas claras? Onde estavas, águas escuras?
Moveram-se até o oceano repartido em nomes,
Nomes profundos e sinistros, nomes de cartografia silenciosa
Que se perdem na memória dos professores e dos cachorros.
Ontem mesmo não havia ninguém que chorasse chuvas
Com os olhos e com o candelabro da alma.
A cidade estava toda erguida em muros,
E ninguém via o céu noturno e escuro
Abrindo-se como uma bailarina espanhola.
Arde paciência como um sonho de neblina,
Consumindo-se em pensamentos de oceano.
Bravo oceano que se choca contra as rochas imensas,
Dizendo furioso todos os seus nomes naturas,
Com funesta paciência ardente.

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