segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

8 artículos


1- Andei assustado por um caminho assustador, e só levava um livro de Borges para ler. Depois de lê-lo eu ia dormir no campo fresco e maravilhoso dos pampas... Eu estava sonhando.

2- Andei triste antes de encontrar com Roberto Bolaño; ele me disse que a poesia era superior a prosa e que eu podia muito bem escrever contos antes de escrever um romance plagiando-o. Ele me assegurou: a literatura é muito perigosa!

3- Sonhei que Pablo Neruda discursava perto de casa. Ele era presidente do Brasil e eu um simples camponês lendo Pessoa. Ele me pediu um vinho, e eu ofereci uma borboleta. Ele sorriu e eu desapareci na névoa escura e densa dos pensamentos sofredores...

4- Encontrei com os detetives exilados, e eles me disseram que ler Cortázar é muito mais importante que ler o Torá. Eu sorri e agradeci. Continuava beijando meus amigos e minhas amigas...

5- Descobri que no meio do mar existia um escritor chamado Allen Ginsberg. Ele me passou uma espécie de disciplina na poesia. Eu esculhambei a prosa. Ouvimos juntos as estrelas os discos de Bob Dylan.

6- Imaginei que estava querendo ser um detetive apaixonado. Depois de ver que eu estava lendo um romance de Jorge Amado, eu agradeci e fiquei aliviado de ser descendente de baianos.

7- Andei junto com a noite escura e eu levava um livro de Nicanor Parra debaixo do sovaco. De tanto levar cócegas da anti-poesia, eu passei a ler seus anti-poemas debaixo de uma macieira, e sorri com alegria quando passou por mim uma estrela cadente em forma de um lobo. Ou de uma cadela. Ou de um touro. Não me lembro bem...

8- Sonhei que eu via um filme junto com Maiakóvsky, e ele me explicava o motivo de seu suicídio e ria alegremente: Nunca acabarão com o Amor, e nem com as Rugas. E eu despertei contente com isso...

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