terça-feira, 18 de setembro de 2012

a mordida do cachorro

 A mordida do cachorro entrou fundo... quer dizer: senti-la fui até a profundidade do osso. Que dor insuportável... que tolice relembra-la agora, nesse momento. Porque relembro? Sorte seria não pensar nem sequer nisso... Nessas bobagens passadas há tempos antigos... Outrora nem lembrarei disso: porque me lembro? Porque me dói trancafiar na mente uma coisas dessas, uma coisa que aconteceu comigo e pode acontecer (aconteceu?) com outro... O outro... o outro é o significado, é a questão, é o baralhamento.
 Engano-me com tolices sem importâncias... com assuntos triviais, sem sentido... Para que deixo essas palavras lançadas ao vazio do branco, se nem sequer me cabe ou me devo a desfrutar a escrita de tais? E eu penso como uma bola: uma bolá que para lá vai e de lá para cá vêm. Vem sem deixar marcas, apenas vem como quem entra numa casa dizendo: "Bom... Cheguei e aqui estou. Os interessados que me sigam, contarei a minha estórias após o jantar. Sirvam-me batatas, por favor!"
 Alivio-me com tudo isso, e que falta me faz um sonho, um momento, uma integridade, uma boca para se unir a minha... Degustando o gosto dos lábios, unido o que é amor... Não o amor amor... Mais sim, o amor amor amor amor... Pobre de quem não entende o que é isso.. Se entendo não sei. Esqueci-me de tudo após sangrarem meu coração, com injúrias, palavras ofensivas, xingamentos, ladramentos, berramentos, ossamentos  casamentos, ilusionando o que tenho de mim e para mim. Que... para que... sofri... poupe-me dessas coisas, das idiotices sem sentido algum... Escrevo apenas para consolar-me(nos), de algum modo, para me preparar antes de dizer-lhe: Que vida boa. A mordida do cachorro entrou fundo... Sentia até a cavidade de meus ossos... Foi nas mãos... Para que me esquecer disso? Não sei... É tão bom relembrar tais coisas...

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