domingo, 5 de agosto de 2012

a tarde consumia sonhos


A tarde consumia sonhos
os sonhos consumiam nuvens
e no pasto um boi comia capim.
O vento sopra como um sino
escorre do mar sujeira e sal,
a lua brilha como sempre: é um 
fantasma do céu, totalmente natural.
A tarde consumia sonhos
os sonhos viraram um canto.
O cantor se calou morto.
A alma vagou sem rumo: no pasto
um boi comia capim.
De tarde escrevi-lhe uma carta,
com tinta fresca, de cor azul;
não houve resposta e talvez
as traças consumirão minhas letra
e minha poética será isso: vidro que corta.
A tarde consumia sonhos
os sonhos consumiam nuvens
e no pasto um boi comia capim.

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