Ás vezes me faço dizer
o não dito do dito. Por
isso me prendo no ovo
que tem uma forma só,
não necessária a sua textura.
É em sua própria essência
o lado de dentro e o de fora:
o que cabe mais é dentro
embora é de fora que se vê
sua triste e meticulosa forma.
É um ovo: objeto natural.
Não se extrai do ovo
nenhum diamante, nenhum
fio de metal: é asceta e natural!
O ovo é o objeto,
da mais forma perfeita
que de dentro não se entende
e que de fora se sente na mão.
E quando o ovo é bem choco
é má construção, em má formação
de suas próprias asas: o ovo é o objeto
único e natural
em sua forma contida
viva e especial.
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