Esquetes cômicas


ESQUETES COMICOS


Textos escritos por G.A. Lima


Biografia
G.A. LIMA
  Gabriel de Ataide Lima, ou Gabriel Limão, nasceu no interior do estado de São Paulo, na cidade de Adamantina, em 1996. Depois de se formar no ensino médio, estudou comunicação e cinema antes de abandonar o curso de “produção cinematográfica”.
 Ensinou em alguns projetos da Escola da Família técnicas de pinturas a óleo e composição de escrita cômica.
 Para começar a ganhar dinheiro, Gabriel começou a escrever piadas e frases engraçadas, e compôs poesia e contos; nesse tempo estudou e participou de cursos de teatro e técnicas de escrita na sua cidade natal.
 Gabriel começou a escrever e desenhar piadas em histórias em quadrinhos com cerca de 10 anos, e no ano seguinte começou a vendê-las para os jornais locais de sua cidade.
 Sua primeira venda profissional foi um quadro abstrato influenciado por joan miró, que ele vendeu por R$50,00.
 Hoje seus quadrinhos seguem sendo divulgados em Adamantina, Itaipava e Campinas, e publicados em algumas revistas eletrônicas, como a Revista Entrementes, e no seu blog pessoal.
 Em sua página oficial do Youtube, apresenta sua própria comedia stand-up,  que pode ser lida em primeira mão por aqui, e divulga muitos textos cômicos de sua autoria pela internet.

TRABALHOS

Quadrinhos
ANO
TÍTULO
CRÉDITO
2017
Warner sem Limusine
Escritor e desenhista
2018
DUVIDADOS
Escritor e desenhista
2019
Dips
Escritor e desenhista
2010
Guli, o gato
Escritor e desenhista

Livros
·       Quase-barroco novo (edição do autor).
·       Chuva Verde e outros poemas (editora moretti, 2017).
·       O Primeiro Oceano, (edição do autor).
·       Antologia poética da Nova Alta Paulista  – participante - (organizado pela professora Isabel Castanha Gil), (2019).
·       O primeiro dialogo entre Deus e Adão, e outros contos de humor judaico (edição do autor, 2018).



ESQUETE DE DOIS APAIXONADOS


PERSONAGENS DA ESQUETE:
Loren Steinberg
Matheus Konigsberg
Augusto Steinberg, pai de Loren
Jorge Borges Konigsberg, pai de Matheus




Loren Steinberg e Matheus Konigsberg são dois NAMORADOS que querem viver uma vida juntos. Mas o pai de Loren, o senhor Augusto Steinberg, não suporta o pai de Matheus, o senhor Jorge Borges Konigsberg. As duas famílias são de origem judaica, mais provém de lugares diferentes; a família de Loren veio da Rússia, enquanto a família de Matheus provém da Polônia.



Local da cena: uma praça com muitos figurantes


Matheus
E como é que vamos fazer meu amor para ficarmos juntos, se a nossa família não consegue nem conviver em paz mesmo sendo vizinhas?

Loren
Ah, amor, você sabe que não é bem assim. Só os nossos pais que vivem sem se bicar.

Matheus
É verdade. Parece que são duas galinhas em pé de guerra.

Loren
Duas galinhas querendo o mesmo grão de milho. Ainda bem que as nossas mães não são assim.

Matheus
Pelo menos as duas judias conseguem se entender. O problema é o meu pai. Ele colocou na cabeça que o senhor Augusto roubou algo dele. Só que eu vivo perguntando o que é, e ele nunca responde. Desconversa, começa a falar pra mim se preocupar com os meus estudos, mais nunca justifica ódio e o ciúme que sente do seu pai.

Loren
Você acha mesmo que seu pai tem inveja do meu? Acho que meu pai é que sente alguma coisa pelo senhor Borges, sabe, porque vive dizendo que se não tivesse encontrado ele a vida dele poderia ser melhor.


Corte para cena de flashback. Mostrando o senhor Augusto e o senhor Borges mais novos, porém cada um brigando de um jeito.



Augusto Steinberg
Seu charlatão de araque. Seu vendedor de meia tigela. Ladrão polonês de uma figa.

Borges Konigsberg
O que você tá latindo ai, seu cria de rabino de segunda categoria. Por acaso fui eu que roubei alguma coisa de você?

Augusto Stenberg
Por sua causa eu não tenho mais paz. Você me roubou a paz, seu mercenário de uma figa.

Borges Konigsberg
Oras bolas, essa é boa. Além de roubar a mulher da minha vida, que foi Sara ainda vai me dizer que eu estou roubando a sua paz?

Augusto Steinberg
Eu roubei Sara de você. Só que agora que nós nos casamos, ela é que vive tirando a minha paz.

Borges Konigsberg – rindo
Hashem, o Senhor, é justo, augusto. E agora para de me encher o saco que eu tenho mais clientes de você para roubar.

Augusto Steinberg - gritando
Seu charlatão de araque. Seu vendedor de meia tigela. Ladrão polonês de uma figa.



Finda o flashback. Volta para a praça. Cena dos dois namorados conversando.


Matheus
Nunca saberemos o porquê dessa briga.

Loren
Nunca saberemos.

Tela preta. Fim.






SKETCH DOS DOIS AMIGOS


CENÁRIO: UMA CASA, COM DOIS AMIGOS CONVERSANDO. O NOME DE UM É BOB ARDITTI, E O OUTRO SE CHAMA MAX CANETTI

MAX ESTÁ COM CASAMENTO MARCADO. BOB É CONTRA O CASAMENTO, E TENTA DISSUADIR O AMIGO. DAÍ GERA O ENTORNO DA COMÉDIA DO SKETCH.


Bob
Pense bem antes de fazer a cagada, Max. Depois de assinar o papel no cartório não vai ter volta. A única salvação vai ser o divórcio. Mas nós dois somos bons judeus, e você detesta gastar dinheiro, lembra?

Max
E você acha que eu já estou pensando em me divorciar, Bob? Ainda nem casei. E você sabe que eu gosto muito da Martha. Ela é a mulher dos meus sonhos. A mulher da minha vida...

Bob
Assim como a Aline, a Simone Wientraub, a Franciele Goldstein, a Giovana, neta do rabino...

Max - suspirando
Isso pode ser verdade. Só que essas coisas são passadas, já foi... Eu pretendo me casar, ter uma vida comum, uma vida só a dois, uma vida dedicada ao trabalho, e aos filhos.


Bob
Filhos? Mas Max, que filhos você tem?

Max
Eu e a Martha pretendemos ter uns dez filhos.

Bobcolocando a mão na testa
Santa burrice. Nem Abraão gostaria de ter dez. Teve um no sufoco...

Max
Eu conheço bem a história.

Bob
Veja bem Max, você tá se amarrando em um negócio que pra ser desatado vai te custar no mínimo um apartamento, dois carros, e muitos anos de pensão... É o que você quer?

Max
Eu nem me casei e você tá achando que eu vou me divorciar?

Bob
Max é assim que a coisa toda começa. VÊ o exemplo do meu velho pai.
Max
O que o senhor Elias tem haver com isso?

Bob
Meu pai levava a vida de um sheik das arábias. Ele vivia comendo mulher, fumando pó, ganhando dinheiro sem nenhum esforço com roupa. Vivia nisso. Comia mulher, fumava pó, vendia roupa. Comia pó, fumava mulher, vendia roupa. Comia roupa, vendia mulher e fumava pó. Até que um dia ele se cansou disso e foi atrás de se casar. Daí ele teve o meu irmão, o Abel. E então ele sofreu o primeiro infarto. Depois ele me teve, eu que sou o seu orgulho, e acabou sofrendo um derrame. Até que nasceu o Davi, e hoje meu pai tá numa cadeira de rodas.

Max
Tá dizendo que o seu pai ficou doente só porque se casou com sua mãe e teve com ela três filhos?

Bob
Sei lá. Acho que ele adoeceu por causa da idade, só que isso não vem ao caso. Pensa bem antes de fazer a merda.

Max
Eu vou me casar, Bob, eu preciso disso. Tô sentido um vazio muito grande.

Bob
Vai comer um lanche.

Max
Não, eu preciso constituir uma família antes de morrer.

Bob
Max, Max, família boa só existe em comercial de manteiga. E toda manteiga que mostra uma família feliz numa mesa numa manhã ensolarada de sábado vem estragada.

Max
É mesmo?

Bob
Não sabia disso não?

Max
Eu nem gosto de manteiga.

Bob
Pois então meu amigo continue no requeijão.
Tela preta. Fim.






SKETCH DO VENDEDOR DE CU

CENÁRIO PRINCIPAL: UMA FEIRA ONDE SE ENCONTRA VÁRIOS VENDEDORES. UM É O VENDEDOR DE CU, UM HOMEM MONTADO AO ESTILO GROUXO MARX COM ÓCULOS REDONDOS E GRANDES SOMBRANCELHAS E BIGODES PRETOS. UM CASAL SE APROXIMA, E O VENDEDOR CHAMA A ATENÇÃO DELES GRITANDO.

Vendedor - gritando
Olha o cu, olha o cu. Cu fresquinho só se acha aqui. Vem cliente, vem freguesa. Cu que nem esses em lugar nenhum têm. Quem quiser experimentar traz o dinheiro que aqui tem muito cu.


O casal se aproxima. O homem deve usar óculos dando a aparência de um intelectual. A mulher deve ser bem bonita.



Mulher
Amor, você quer comprar um cu?

Homem
Pra que um cu agora, amor? E esses cu devem estar muito caro, não é meu amigo?

Vendedor
De jeito nenhum, amigo. Aqui o cu tá mais barato que na zona.

Homem
É mesmo? Puxa querida, você tem interesse em comer um cu?

Mulher
Ai, amor, você sabe que eu sempre estivesse aberta para novas experiências, não é?

Homem
É mesmo, da última vez você pediu que eu enfiasse na sua boca uma lata de lixa, não foi?

Mulher
Nem me lembre, amor. Só de me lembrar eu fico toda arrepiada.

Vendedorirritado
E então, vocês dois vão querer levar um cu, ou vão ficar ai espantando os meus outros clientes?

Homem
Moço me desculpe à pergunta, mais esses cu tem quantos anos?

Vendedor
Ah, meu amigo, esses cu tem de toda idade. Tem os cu de dezenove, os cu de quarenta. Os cu de sessenta anos são maravilhosos.

Mulher
E não são muito pelancudos para se estarem a venda?

Vendedor
Dona, esses são os de melhor qualidade. Olha, ali vem o meu cliente Zé Pretinho, ele vai poder confirmar o que eu digo. Zé Pretinho! Vem aqui rapaz.


Chega perto da banca um pretinho muito alegre, sorriso estampado no rosto.


Vendedor
Diga a esse casal, esse casal é o mais bonito do Brasil. Esse é o casal mais bonito do planeta terra. Não, esse é o casal mais bonito do universo inteiro. Diga aqui pra eles: os meus cu tem qualidade ou não tem?

ZÉ PRETINHO
Tem. O Cu dele tem muita qualidade.

Mulher - espantada
MAS O SENHOR ESTÁ VENDENDO O SEU CU AQUI?

Vendedor
Não senhora. Eu não estou vendendo o meu cu. Só vendo cu.
Não o meu.   Vá pra lá, Zé Pretinho, antes que eu te dê uma chapuletada na cabeça.

Homem
Sei não... Esses cu tão parecendo um pouco apertado.

Vendedor
Garanto que são bem desvirginados.

Mulher
Esses cu tem garantia?

Vendedor
Claro, freguesa. Sem nenhum pelo, eles vem raspadinhos, que nem um careca.

Homem
Então me vê dois cu pra viagem.

Vendedor
É pra já!

Homem
Amor se prepara, que hoje na cama vai ter cu.

Tela preta. Fim.






SKETCH DO IMIGRANTE JUDEU


Cenário: um porto que lembre um país tropical, que pode ser o Brasil. O imigrante se chama Abraão, ele vem com uma mala e uns pacotes debaixo dos braços, ele vai até o lugar do desembarque onde deve passar os seus dados na alfandega ao funcionário da alfandega.



Funcionário
Nome?

Abraão
Abraão Green Ben Israel Ben Moishe Ben Isak Gdansk Konigsberg Terceiro Quarto Segundo e TAL.

Funcionário
Como é que é?

Abraão
Isso mesmo o que eu disse.

Funcionário
Diga-me uma coisa: o senhor por acaso é judeu?

Abraão
Se depender do meu pinto cortado, eu sou sim. Das mechas de cabelo até as pontas do meu pé.

Funcionário
E o senhor sabe que está entrando num país cristão?

Abraão
E você por acaso sabe que eu estou vindo de um país cristão?

Funcionárioirritado
E de onde é que o senhor vem vindo?

Abraão
Do navio.

Funcionário
Eu sei que você está vindo do navio. Eu quero saber de que país você está vindo.

Abraão
De todos.

Funcionário
Como assim de todos?

Abraão
Oras bolas, de todos os países.

Funcionário
Isso é impossível. Não se pode vir de todos os países.

Abraão
Se D’us fez um só homem do barro, e esse homem é o pai de todos, então de qualquer jeito eu venho de todos os países, porque todos vêm de D’us.

Funcionário
O senhor é algum tipo de rabino?

Abraão
Não. Eu sou vendedor de relógios.

Funcionário
Então é isso o que tem nos seus pacotes? Relógios? O senhor veio para esse país para comercializar relógios?

Abraão
Não, nesses pacotes eu tô trazendo picles kosher, pepino kosher, linguiça kosher, salame kosher.

Funcionários
E os relógios?

Abraão
Mais que relógios?

Funcionário
Tudo bem, eu devo estar confundindo as coisas para o senhor, e o senhor não deve estar entendendo bem o que estou perguntando.

Abraão
E o senhor me fez alguma pergunta?

Funcionário
Eu quero saber de que país você vem, porque a alfandega precisa saber de onde você veio.
Abraão
Ah, entendi, eu vim da Rússia.

Funcionário
Então o senhor é um judeu russo?

Abraão
E eu também vim da Alemanha.

Funcionário
Mais o senhor nasceu então na Alemanha?

Abraão
Não, não, não, eu acho que eu nasci na Polônia.

Funcionário - espantando
E como é que você veio da Rússia?

Abraão
Eu estava lá visitando uns parentes que estavam imigrando para Israel, onde eu fui conhecer o kotel.

Funcionário
Então o senhor comercializava relógios na terra de Israel?

Abraão
NÃO, a minha loja ficava em Paris.

Funcionário
Mais por acaso o senhor é um judeu russo, alemão, polonês, israelense ou francês?

Abraão
Não sei te responder isso, meu amigo goy. Só sei que sou judeu.

Funcionário
E o que o senhor vem fazer aqui?

Abraão
Vim visitar alguns primos ricos.

Funcionário
Entendi.

Abraão
Quero muito vender uns relógios para eles.

Funcionário
Oy, vey. Próximo.
Tela preta. Fim.





A FAMILIA LIEBER


Cenário – casa de Harvey Lieber e Sara Lieber.


CLOSE NA CASA. FLASHBACK DE HARVEY TENDO UM SONHO COM SUA MÃE. ELE ABRE OS OLHOS E ELA ESTÁ [ OLHANDO PARA ELE]. ELE ACORDA. COMEÇA A CENA:

Descendo as escadas apreensivo e cantando,  Harvey: Hoje é o dia. Hoje é o dia. Hoje é o dia. Fujam para as colinas. Fujam para os montes. Fujam para o Canadá, fujam para a Austrália, fujam para onde dar...
Sara já está na mesa. Harvey senta e a esposa coloca o café na xícara dele.
Sara: Querido... Que dia é hoje que você tanto canta?
Harvey: Hoje é o dia em que o demônio vem fazer uma visita.
Sara: Não fale assim da sua mãe.
Harvey: É verdade, querida. Você tem razão! Não é bom ficar elogiando ela por ai.  Pode trazer energias negativas para essa casa.  E... Cadê o Isaque?
Sara: Já se esqueceu que ele foi para o acampamento judaico desse verão?
Harvey: Droga. Eu odeio filhos. Eles são mais sortudos que os pais!
Sara: Viu, isso é uma coisa positiva!
Harvey: Isso é positivo para ele.
Sara: Mais você foi mais sortudo que seus pais.
Harvey: É verdade. Meu pobre pai nunca conseguiu se divorciar a tempo. Acho que mamãe colocou a dose certa de veneno no vinho dele. Que HaShem o tenha...
Sara: Pare com esse humor negro. Sua mãe vem nos visitar, e isso não é uma coisa ruim.

Harvey levanta da mesa, enquanto a esposa tira alguns pratos para guarda-los.

Harvey: Não é uma coisa ruim?  Dá ultima vez que ela veio e pisou nessa casa nós quase nos divorciamos. Isaque teve que começar a ver um analista. Minha dor de cabeça reapareceu junto com a hérnia. Nem no dia em que eu estava devendo o rabino Goldman mil dólares eu me senti tão perturbado. E ela ainda fez a empregada Margareth pedir demissão.
Sara: Você tem que parar com essa rixa entre você e sua mãe. Quando ela visita o Martin ele nunca fica desse jeito.
Harvey: Martin é o filho preferido dela. Ela sabe que se depender de mim ela nunca vai ter meu fígado, caso ela precise de um. E eu sou o filho mais velho. Ela... Ela... É antiquada e insuportável. Não sei por que ela não fica lá no canto dela, a cidade é tão grande, cheia de praças e teatros, ela poderia muito bem ficar na casa dela assistindo tv, ou jogando mahjong com as amigas da sinagoga sefardita que ela frequenta.

Sara: Sua mãe só nos incomoda algumas vezes no ano. Ela nem fica vindo aqui constantemente. Ela sempre vem nos visitar na páscoa e no rosh hashaná. Só.
Harvey: E já não está bom? O que mais ela quer? Se minha mãe entrar aqui em casa trazendo alguma noticia boa para mim, eu juro que raspo todo o meu cabelo! E ainda por cima como um tufo bem grande da grama do jardim.

FLASH BACK. A MÃE DE HARVEY, SHIRA LIEBER ESTA SENTADA NA MESA, E ACABA DE COMER, ELA SE LEVANTA PARA FALAR.

SHIRA Lieber: Filho eu tenho algo muito importante para te comunicar.
Harvey: Pode falar mamãe. Sou todos ouvidos.
Shira: Vou morar algum tempo em Paris; conheci um comandante do exercito francês que ficou interessado em mim, lá na sinagoga, sabem... Vou amanha de manha. Já falei com o Martin e agora estou falando para você.

FLASHBACK. CORTA PARA OUTRO DIA. HARVEY APARECE SENTADO NA MESA COM A CABEÇA RASPADA, BEM CARECA, E NO SEU PRATO TEM UM GRANDE TUVO DE GRAMA. A ESPOSA DELE DÁ RISADA JUNTO COM O FILHO, ISAQUE, QUE JÁ RETORNOU DO ACOMPAMENTO JUDAICO. 
A CAMERA FOCA NO ROSTO DE HARVEY QUE EM UM TOM IRONICO DEVE DIZER

HARVEY: OY, VEY!

TELA PRETA. CRÉDITOS.




O MEU ESPOSO É UM CACHORRO, DOUTOR
Piada em tempo de reclusão

A cena gira em torno de uma mulher desesperada que vê o marido latindo como um cachorro furioso, (ele pode latir ou ficar dizendo eu sou um cão, me dê um osso, conforme o diretor achar melhor).
A câmera foca primeiro no marido como um cachorro, e corta para a esposa, chorando, ligando para o medico, que atende ao telefone do outro lado da linha. O telefone deve estar no viva voz.

Médico: Alô!
Esposa: Doutor, doutor Mendel?
Médico: Eu mesmo. Em que posso ajudar?
Esposa: Sou Judith Polgar, e o meu marido é o Rob Polgar. Nós se conhecemos naquela festa beneficente.
Médico: Claro, claro. Eu me lembro de vocês. Em que posso ser útil para a senhora nesse momento?
Esposa: Doutor é que o meu marido está ficando louco, quero dizer, não está ficando, ele ficou completamente louco!
Médico: Senhorita Polgar, me explique melhor o que está acontecendo.

Esposa: O meu marido, doutor Mendel, ele está achando que é um cachorro, e agora mesmo está aqui em casa latindo como um cachorro. Escute (AU-AU), e está pedindo um osso (eu sou um cão, me dê um osso). Eu não sei mais o que fazer doutor.
Médico: Bom, acho que infelizmente a senhora vai ter que vir até o hospital, para eu fazer algo.

Esposa: Tudo bem doutor.
Médico: Mais, por favor, senhorita Polgar, venha com mascara e luvas.
Esposa: Por que doutor?
Médico: Aqui nesse hospital já teve mais de mil casos confirmados de corona-vírus, e pode se correr o risco de pegar essa doença caso vocês saiam de casa.

-O marido escuta o que o doutor falou, se levanta, e diz.

Marido: Não precisa amor, não precisa. Eu já estou curado. Aliás, onde foi mesmo que você colocou a minha máscara?

Risadas ao fundo.  Tela preta. Credito.




CONVERSA DE AMANTES

-dedicado a Luís Fernando Veríssimo

A esposa está dormindo, e o marido aproveita para ligar para a amante. São quatro da manhã.

Amante: Alo.
Marido: Oi, sou eu.
Amante: Eu quem?
Marido: Ora, quem. O Julio.
Amante: Julio? Mais que Julio? Existem milhões de Julios por aí pelo mundo.
Marido: O seu amante.
Amante: O que? Amante? Eu não tenho nenhum amante.
Marido: Como assim não tem?
Amante: Eu sou uma mulher muito bem casada.
Marido: Eu também sou um homem muito bem casado, só que isso não significa que nós dois não fizemos.
Amante: Fizemos o que?
Marido: Você sabe.
Amante: Não. Eu não sei. Como posso saber? Um louco me liga às quatro horas da manhã, diz que é o meu amante, e quer que eu saiba o que ele diz que nós dois fizemos... Ah, faça-me o favor.
Marido: Nós transamos.
Amante: Tem certeza que foi comigo?
Marido: Como eu não vou saber quem é a minha amante.
Amante: O senhor pode estar enganado.
Marido: Não estou não. Você é a minha amante. Sou eu, Dagmar, o Julio, o que trabalha como motorista de ambulância.
Amante: Moço me desculpe. Eu sou amante de um Julio, e eu fiz tudo isso de brincadeira.  Mais eu não me chamo Dagmar. Meu nome é Priscila.
Marido: E que tal nos encontrarmos amanha as oito?
Amante: A Dagmar não vai reclamar?
Marido: Ela deve estar dormindo.
Amante: Então aproveita e vai fazer o mesmo!

Fim.




SKETCH DO POLÍTICO

Cenário: palanque onde um político discursa aos berros.

Politico: E eu prometo que o meu compromisso com o povo brasileiro é feito com integridade, justiça e verdade. E irei colocar todos os bandidos, corruptos, ladrões que usam terno e gravata e que se auto intitulam políticos, eles serão presos atrás das grades.  E pra mostrar ao povo que sou cumpridor da minha palavra, eu mesmo estarei sendo preso agora por corrupção, trafico de drogas, compra de influencia e roubo do dinheiro público. Policiais podem me levar.

Dois atores vestidos como policiais levam o politico.

Um eleitor fala para outro.
Eleitor: Vou votar nesse. Senti honestidade.
Eleitor 2: Eu também.
Eleitor 3 (se intrometendo no meio): Se depender de mim, ele sai hoje mesmo da cadeia.

Tela preta. Créditos.