manifesto do movimento surrelismo

manifesto do movimento surrelismo


DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO MOVIMENTO

SURRELISMO / É O MESMO QUE SURREALISMO, É SURREALISMO, SURRELISMO É ERRO DE ESCRITA
NÃO: SURRELISMO É SURRELISMO. 
SURRELISMO POIS É SURRELISMO.

Art. 1º A República Federativa da Poesia, formada pela união indissolúvel dos escritores e editores e do leitor, constitui-se em Estado Democrático de Leitura e tem como fundamentos principais: 

I - distrair as pessoas diante de um mundo cruel e repugnante;
 II -  revelar aos curiosos o sexo verdadeiro dos arcanjos e dos querubins, sejam
esses machos, sejam esses fêmeas, essas questões envolvem a filosofia, a métrica poética, o raciocínio teológico e o movimento armorial do nosso profeta são ariano suassuna. 
 III - a dignidade  de um escritor escrever, receber por seu trabalho, sonhar, e mesmo
assim continuar sendo considerado uma pessoa comum no meio de pessoas comuns;
 IV - os valores sociais da poesia e da filosofia e do romance e dos contos e 
de tudo o que pode fazer a literatura e a arte se movimentar com livre iniciativa.

Parágrafo único. Todo  poder emana da inspiração, que se exerce por meio de trabalhos e leituras, até a chegada da constituição do poema em sim e para si. 

Art. 2º Surrelismo é a necessidade de ter o talismã, o sorriso (surre), o relismo (reler livros), o surrealismo é o iceberg, o surrelismo é a ponta dele, mais está no fundo. Só isso.

Com falta de pensamentos grandes

(aforismo insignificante)

Com falta de pensamentos grandes,

mentes vazias fazem suas bocas gritarem em alto som.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Do fundo da terra / versos de amor e surrealismo

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Do fundo da terra: ((versos de amor e surrelismo) por [Hebräisch, Gabriel Israel, Hebräisch, Gabriel]
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um ser

Um ser que consegue
rasgar um livro em perfeito
estado de consciência
pode muito bem assassinar
um outro ser sem sentir-se
culpado; o conhecimento pode
ferir os imbecis, e a sabedoria
iluminar os espíritos angustiados.

Um poema schopenhauriano


Não é a consciência externa
que deve ser iluminada com brilho
é a consciência da honra interna
que deve brilhar nos vivos.

Uma casa na areia


O único jeito de viver em um mundo mal
É amando até o fim.

Apócrifo de C.S. Lewis

Apócrifo de C.S. Lewis

Os capitalistas ondeiam o social porque o social é amor e o amor é Cristo!

Admirando a cidade

(Guarulhos) 

Antes de partirmos para o mar
podemos admirar a cidade que
nos cerca como uma fumaça,
uma fumaça fria e lenta que 

vem até a janela na forma
de nuvens, aviões, favelas.
Os olhos se sentem seguros
com tanta insegurança que

podemos ver com admiração:
veja, a moça que subiu até
a porta branca a fechou porque
estava sendo admirada sem 

permissão.

Esse frio que cerra os olhos
é a única coisa que pode
acalentar a imaginação 
saudosa, a cidade é um abismo.

As ruas são sinuosas, tortas,
e as casas são rústicas,
elas se elevam como torres
tombadas. São muito bonitas

de serem observadas.

Os grafites que cercam
o imenso muro da favela
são verdadeiras obras de
artes. Quem será o artista?

Deve ter assinatura,
só que é impossível
distingui-la no meio
de tanta luz e de tanta
sujeira. 

Mas essa sujeira
ao invés de nos dar
a repulsa que nos exprime
nos encanta totalmente a alma,

esse fruto que
aparece podre na
frente das lojas (e quantas
lojas existem por aqui). 

Podemos pensar em outras
coisas quando chegarmos
na praia. Vamos para
o litoral.


Marca dos meus olhos

Marca dos meus olhos marca marco marca
onde o oceano é algum lugar dentro de algum
lugar onde o lugar onde ele está é um lugar algum
onde o poente se torna uma laranja e o sol se torna
uma lua prateada de cores confetes rios reis sementes.

Marca dos meus olhos onde a marca do dinheiro
sangra os lombos dos trabalhadores inocentes
dizei a todos que os livros são a fonte do conhecimento
dizei não ficai quietos não ficai calados cantai nos guetos.

Anunciaremos bem alto com nossas vozes
como os galos poetas poetisas poetisas poetas
tudo isso que gera a vanguarda da vida,
essa vanguarda atrasada que nos leva  até
 algum lugar dentro de algum
lugar onde o lugar onde ele está é um lugar algum.


Quando eu falo


Quando eu falo de uma flor
eu quero falar de uma árvore
quando falo de uma mariposa
estou pensando no asfalto negro
quando falo de um cachorro
estou na verdade falando de um cavalo
quando eu falo da lua
estou falando do sol
quando desprezo a vida
é porque estou com medo da morte
quando digo que te amo
estou vendo as estrelas
quando me pedes para ler poesia
me recordo que sou apenas
lembrança de pó, areia noturna...


Antes que o dia chegue



Comunicar o coração
não é tarefa fácil.
Muita coisa se impõe
entre o amor e a saudade.

O coração quer ser
uma folha outonal,
quer mergulhar em rios,
despertar em bosques.

Minha tarefa é
desatar o enigma
dessa chave incompreensível,
e abrir o cadeado.


Canção para os negros

I
A beleza das negras

Flechas negras atingidas
nos meus olhos semi-civilizados.
Uma tempestade luminosa
que vem de uma nuvem
que é a sua pele, sua boca,
seu corpo, suas nádegas,
seus pés e suas mãos.

...

Arcanjas celestes vindas da África,
preto rio de petróleo do amor que
incendeia a minha alma de paixão
diante dessa sua magnífica cor.

Negras, negras, negras, negras,
teoremas perfeitas, são de Deus 
a mais bela de suas criações.

ai, negras, negras, negras, negras,
rios onde descanso os meus olho
apaixonados pela serenidade outonal
de seus peitos duros e grandes,
diante do candelabro maravilhoso
e místico de suas nádegas,

só posso existir, negras, negras,
cantando a água de suas vozes,
o sorriso perfumoso de suas tetas,
o arame escuro rosa de suas bucetinhas.

Ó licor escuro, és as mais belas fêmeas
plumosas negras do negro céu da vossa negra e bela pele. 


II
Soneto aos negros

Uma fonte negra como um sorriso
rodeando o algodão tranquilo.
Quatro mãos puras e humildes
talhando com amor dois seios.

Nos beijos cósmicos a cor escura
faz brilhar muito mais a lua.
Duas espadas lutam no castelo
é a figura da caverna que é o horizonte.

Deixai o amor penetrar teu gozo
nesse cotidiano pleno de paixão
onde dois seios são quatro mãos.
Deixai que os beijos curem
as dores que o coração sofre:
fonte negra, sorriso dos montes.


III
Canção dos negros indo ao mar, em Itanhaém

Iremos para o mar,
sim, iremos,
iremos para o mar,
e iremos nos molhar,
nos molhar,
sim, iremos,
iremos cantar no mar,
sim, iremos,
iremos nos molhar,
sim, iremos,
iremos nos molhar,
sim, iremos,
sim, iremos
nos molhar no mar,
iremos cantar no mar,
iremos, sim,
sim, iremos,
iremos para o mar,
sim, iremos.
E fomos...







Basta de lua



-para adélia prado

Essa lua,
sempre a mesma
lua
me irrita
as retinas.

É sempre o mesmo
branco
uma geleira repetida.

Basta de lua
eu quero o sol
a noite.

Não é isso o que me faz ser um poeta?

Aceita o meu poema


Esse poema,
que eu te
faço,
é uma doação.
Aceita, estás
carente
como eu.
Pega o meu
poema.
Leia, e chore.
Depois,
recorde o meu nome
e diga: realmente existiu
um poeta que me consolou
                         a noite.

Romântico



Sou romântico.
Não tenho culpa disso.
Quando beijei pela primeira
vez uma boca,
as rosas me disseram:
eis mais um poeta.
Sou romântico
e como todo romântico
só me fodo com esse
bárbaro romântismo.
Não me desespero com isso.
Até os não-romanticos
se fodem no amor.
Mas sou romantico
e não tenho culpa disso.

Eu te amo

Vou dizer uma coisa
que há muito 
tempo queria
dizer-te: estou apaixonado
por você.

Não, não é
essa paixão do cotidiano
virtual,
não é essa falsidade
social.

O que sinto
é amor.

É estranho dizer isso, porque
há muito tempo eu queria
te dizer que te amo,

e como é 
difícil encontrar as palavras certas
para dizê-lo.

Vazio

-  Vem e enche até a borda
o copo do meu
coração que arde
vazio como a
lua prata que silenciosa
chora no céu.

Tu e eu sabemos que isso
é apenas uma nobre vigarice poética.

A lua não chora,
somos tu e eu que choramos. Só.

Choremos,
enquanto o copo de coca-cola
não nos enche o coração
de cobre ou ouro.

Mágoas tantas

...com que tortura me arrancaste
um beijo...
chico buarque


Universo frio,
universo negro,
tens a mais bela das cores
a cor negra, a cor vermelha
do sangue que somos feitos
porquê existimos em ti
universo furioso,
apenas para sangrar.
Sorrir e chorar  é só
uma questão da tua máscara,
esta mascara onde o meu rosto
se torna apenas uma sombra
melancólica de areia e comercio, 
e sofre, sofre, sofre,
porque existir em ti, é sofrer, universo.

A mesma



Amor, fruto da cereja do campo
onde nossas bocas, unidas,
se enroscam, tão amorosas,
tão quentes, tão frias,
amor esse que faz o nosso
coração bater em erupção,
amor, vulcão selvagem, 
espada negra e branca
que atravessa o coração
como uma lança violenta,
amor, chama das divinas,
frio que vem das colinas
e endurece teus peitinhos
e eleva o meu pau até a sua
linda flor que nomeia bucetinha
                                             magnífica. 

Silêncio marinho


Ouço o silêncio do mar,
o silêncio marinho,
cheio de ondas,
espumas vinagrosas,
sangue de rochas,
sementes de vinho.

Quanto silêncio,
doce e imóvel.

Anda, escuta comigo
a beleza única
e indispensável

desse silêncio marinho.

Foi o seu beijo

(a visão dela)

Foi o seu beijo
que me fez ficar assim.
Gostei de você
e você gostou de mim.
Sua boca na minha
era o próprio paraíso
e quando você dizia que
me amava me arrepiava
até o umbigo.

Suas mãos nas minhas nádegas
suas mãos nos meus cabelos
me chamando de mulher
beijando o meu corpo inteiro.

Eu tocando os seus músculos,
você abrindo minhas pernas.
Você deitou por baixo,
e eu subi por cima.

Meu perfume te encantava,
o seu suor tocava o meu.
Me chamavas de mulher
e eu te chamava
de amor meu.

De conchinha abraçados
o frio nos arrepiando a pele.
Foi o seu beijo sereno
que me fez ficar assim.
Eu gostei de você
e você gostou de mim.


O beijo molhado


Beijo molhado que
não pude esquecer
(nem quando me
deixaram sangrando
e machucado).

Beijo molhado de tuas
asas de mariposa feminina,
onde senti seus peitinhos
e você sorriu: pode me
chamar de puta.

Mas só tu e eu
entendemos os segredos
desses beijos de cereja.

Vou



Vou em busca do cosmo
como um centauro 
sem rumo.
E quantas estrelas
me incendeiam
os olhos lagrimosos. 
Uma luz enche o meu peito
quando vejo o seu sorriso
de lua no meio da rua.
Vou em busca do teu corpo,
musa minha, loira, romântica,
viajando pelo céu místico
levando nas mãos
o arco e a flecha do amor.



Por um verso pedido


-para n.t.r.

Escrevi para uma
menina um poema
muito triste

              ela quem me pediu

mas como eu iria
dizer em palavras
certas que eu
a amava?

ela, com sua
beleza de mulher
entendeu meus versos
mas percebeu

que eles estavam
cheios de lágrimas.

Ao invés de se
afastar de mim
ela disse (eu me lembro
ela talvez não se lembre)

         eu acho/acho
          ele/ele
         bem/bem
        bonitinho.

Aquilo iluminou
o meu coração
assim como Deus encheu
o seu templo no tempo de Salomão.

Mas ela esqueceu (talvez) o poema
e eu adormeci o meu amor
por dentro e por fora.


A última transa


A sua beleza
é como um rio
feito de areia quente.

E eu entendo
seus peitos morenos
e sua bucetinha loira,

mel do meu amor.

Chupar seus biquinhos duros
quando sentavas no meio de mim

calcinha roxa (com sua
bucetinha apertada
enchendo o cabeção
que tanto te agrada.

Depois aprendemos a gozar
revelando o amor sutil.


A olhar um para o outro,
beijo de flor no gafanhoto.

                                     (2018)

Apócrifo de Pound


Todas minhas lembranças
são como o deserto:
uma aventura muito
arriscada para enfrentar.

Por isso quando choro
posso estar rindo por dentro
e quando estou a rir
posso por dentro estar a sangrar.


terça-feira, 26 de junho de 2018

Socialismo, como ponto de vitória

Socialismo, como ponto de vitória
(curto estudo)


O capitalismo entrou em sua mais forte e surpreendente crise, desde que a humanidade soube distinguir capital de mercadoria, posse forçada de propriedade, etc e tal...  Não nego o meu afeto pelas simpáticas causas do mundo do operariado, sim, eu, filho e neto de judeus que emigraram do Marrocos exatamente para conservarem suas riquezas. Isso pode soar como hipocrisia, mas acredite, eu posso ser hipócrita em assuntos mercantilistas, mas não em assuntos econômicos, nem filosóficos. 

 Escolhi o título desse meu artigo não com muito cuidado, porém, apenas esperando agradar alguns opositores e detratores do meu trabalho, que sinto a responsabilidade de atacar em minha cidade natal. É um revide de uma pessoa que foi explorada, é explorada, e vive em um sistema onde a exploração é marca de lei, a hipocrisia é rotina, uma sociedade de vigaristas sociais.  

 O trabalhador chegou a um ponto em que foi domado pela lei estratégica da manipulação midiática, não estou com isso atacado a mídia, apenas reforço que a estrategia burguesa de gerar burrice e ocultar o conhecimento da maioria ainda continua se impondo. Os medíocres que dominam os medíocres lembram muito bem um provérbio do meu velho avô: um cego sempre irá fazer outro cego tombar até o chão. 

 O socialismo seria uma vitória oportuna, um momento onde a terra seria transformada no paraíso que tanto almejamos, e que tantas religiões (principalmente as cristãs), nos oferecem em seus púlpitos, livros, etc... Como diz a famosa máxima de Marx, gosto de criar as minhas próprias, por isso eu arremedo: a religião é o pirulito açucarado que diverte o povo. Porém, noto que seus efeitos não são mais tão fortes como de antigamente. Não é tão fácil lançar pessoas em fogueiras nos dias cotidianos de hoje. 

 Perdemos as nossas bases espirituais verdadeiras, e nos deixamos controlar por um sistema inexistente, ja que governos, países, etc, são apenas abstrações, conjunto de pessoas que a formam, assim como a força do dinheiro está apenas na cabeça das pessoas que o usam, porque seu símbolo é abstrato. Não digo isso com medo algum das autoridades, mas venhamos analisar o que quero dizer: com o dinheiro, você pode adquirir de um vendedor que tem maças em lotes, algumas maças. Mas se você plantar um pé de maça, não seria o dono das maças, e não poderia se alimentar dela, sem precisar do dinheiro como intermediador de troca? 

 As riquezas humanas nas mãos dos vigaristas que se vestem como ricos e se chama de empresários, são apenas fruto da momentânea necessidade dos maus de quererem ser invejados. Ora, o pobre aceita isso, porque assim o sistema o faz pensar. E quando reage, em casos como roubos, furtos, etc... Não percebe que o que ele deseja possuir do rico vigarista é um objeto sem valor, seja ele um relógio, seja um carro, seja dinheiro. 

 Em uma sociedade fajuta, só poderia ser gerado pessoas fajutas, bajuladores, hipócritas, incoerentes e incapazes de se relacionarem com a bondade que deveria existir e coabitar em todos os homens (com essa palavra, me refiro tanto aos machos quanto as fêmeas de nossa espécie). Basta ver a maldade que existe entre os próprios vizinhos. Ódios sem fundamentos, o que desorganiza o sistema, que é uma aberração abominável, e o torna isso que é, ineficaz, selvatico, irracional, sanguinário. 

 Quando digo socialismo como ponto de vitória, quero dizer que seria a vitória única se todo o mundo se socializasse em uma união, em uma forma de vida coerente, mas as estruturas desse mundo não tornam isso possível. E atesto, que caso isso começar, anotem minhas palavras, e esperem pelo julgamento de Deus sobre toda a humanidade desse mundo.