sábado, 27 de fevereiro de 2016

Como posso esquecer que te amo?

Como posso esquecer que te amo?
E amo tanto que me esqueço.
De repente estou chorando,
quando pela luz serena amanheço.
Tua face ilustra todos os sonhos,
todos os desejos, todos os delírios.
Que outros amem mais do que possam:
amo mais do que posso, isso admito!


Que vejo em ti o meu amor refletido
não me escandalizo quando isso teço:
amor é espelho em que se reflete
duas almas separadas por acaso,
encontradas por um mundo insolente:
e o amor nos deixa tão contentes...

(Ouve tua voz escura que vai soando)

Ouve tua voz escura que vai soando
enquanto escrevo e vou sonhando.
Ali fora o mundo jorra suas apostas,
e eu, pequeno, vou passando.
Deixa o sorriso e a lágrima escaparem
em um mesmo instante misterioso.
Que outros falem da metáfora,
que o amor é mais puro que o ouro.

Que fique inscrito assim a mensagem
que outras gerações não quererão ler.
Quem aprender que aprenda:
a vida é sempre a mesma e sempre
o mesmo braço escreve sempre a
mesma rima, que lê tua voz de pedra.

Sempre

---------
Sempre o último poema
a mesma aurora
o mesmo momento
as mesmas horas;
Ali ouves o mar,
ali ouves tudo
ali ouves nada.
Sempre o mesmo poema
a mesma madrugada
a mesma estrela
a mesma mulher amada.
Sempre a mesma
volta o mesmo olhar
o mesmo beijo o
mesmo cálice
a mesma dança
o mesmo ritmo.
Sempre a mudança,
sempre a cobrança,
sempre a esperança.
Sempre o mesmo verso.

Uma pintura


...
Qualquer rabisco é
uma pintura. Mais
como descrever
teus cabelos de
noite sem tinta
sem espessura?
Não posso mover
o pincel para
pintar a noite
que nos envolve.
Mais deixo breves
pinceladas de azul
para o amor arder
dentro da pintura.

Um poema


Um poema só arde e queima
como uma rocha feita de poeira.
O poema se abre imitando
uma flor, uma ave, uma estrela.
Que as rimas tardem a chegar,
que outros cantem
o que outrora já foi cantado:
um poema só arde e queima.
Se quero cantar asneiras
deixai-me pregando as
notas e as sombras
aos pelicanos paganos.
Que outros convertam os romanos.
Um poema só arde e queima...

Falemos do amor


...
Falemos do amor,
não risquemos o seu significado.
Joguemos as
significações
dos dicionários
aos toques de
dois lábios.
Falemos sempre de amor,
definamos sempre
essa palavra escarlate.
Que a amada seja sempre
uma estrela que arda
sempre
nessa
palavra
tão usada.
Usemos esse léxico
sem angustias.
Provemos do
amor como
quem prova
de uma
fruta.
Falemos do
amor,
sempre
do amor,
do amor amor.
Não abandonemos
o uso da palavra amor...

O vento


Move o vento suas
sete línguas invisíveis.
Como um cavalo galopa
atravessando o campo verde.
Pensas então no amor
enquanto caminhas na calçada.
E no meio do dia
o vento à galope passa...
Tu o ouves e eu
o ouço: música do ar
que se move em alvoroço.
Ouça o som que atravessa
num galope o coração:
saudade de tua inspiração.

Balada antiga


Que o som de sua voz
alcance outros oceanos...
Já não importa mesmo
se durmo ou se sonho.
Que o som de sua voz
alcance outros oceanos...
A tarde se finda na
aurora do dia sem adeus.
Mais eu vivo no campo,
contando estrelas e
gafanhotos, ouvindo
o som do sino e das
imensas constelações
apagadas de tédio.
Que o som de sua voz
alcance outros oceanos...
A mim não importa mais,
alcancei outros véus.
Que sua voz possa
tocar o sino e o mar,
o lodo e os buracos,
o destino e o futuro.
A mim não importa mais.
Que o som de sua voz
alcance outros oceanos...
Já não importa mesmo
se durmo ou se sonho...

MESMO ASSIM


Pois te amo
mesmo assim,
mesmo sem estrelas,
mesmo sem jardins.
Ai, rosa vermelha,
sustenta com tuas
raízes brancas
as asas da mariposa
vermelha.
Mesmo assim
te amo, mulher videira.
Te amo (lábios de pêssego),
te amo (sereia japonesa).

POESIA É RESISTÊNCIA


Pois vivi
comendo o verde puro
dos relâmpagos amarelados,
e não me
canso nunca
de descrever
sem metáforas
ou agulhas
as mariposas escuras.
Meus olhos cansados
de sal, de suor e de sol,
caminham azulados
em direção contrária
a do
mar
cinzento.
Por isso te amo,
noite obscura de luar,
por isso te amo,
imensidão camponesa.
Por isso
ergo junto
do vento
uma única canção,
para que ninguém
nos entenda.

Os livros


Confundi com os livros
as palavras aduncas
do meu nariz de
poeta pelicano.
Por isso sou
mais feliz do que as
formigas que fofocam
das estrelas tristes.
A cada página
um tédio novo se rompe.
Alço vôos imensos
até frios horizontes.
E deixo ali
as nuvens e o pasto,
o vento e o cuspe,
o vinho e o abraço.
Se eu pudesse
beijar cada capítulo do teu
corpo, se eu pudesse
decifrar as silabas
dos teus olhos escuros.
Assim vou sendo feliz
com todos eles
e com ninguém.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Adeus


_____
Adeus é uma palavra
grande... Mais não se
vá, por favor!
Fique para o
café só mais
um minutinho.
Prove do pão
quentinho do
super-mercado.
Sinta o cheiro
do meu corpo.
Deixa-me sentir
o cheiro do teu.
Amemos pleno
de instantes.
O infinito é agora,
e adeus é uma palavra
muito
grande...

Outro poema sentimental


_____________________
Não posso esquecer teu nome
(ainda que te amo tanto).
Não posso esquecer que
em teus olhos dormem
um sol e um oceano.
Ó, olhos verdes, olhos
tão claros e verdes,
olhos puros e verdes,
tão verdes que se confunde
com o céu azulado
(ainda que te amo tanto).
Não posso esquecer teu nome,
não quero esquecer teu nome,
não desejo esquecer teu nome
e penso sempre em teu nome
(ainda que te amo tanto).

SILÊNCIO


Silêncio:
 as borboletas
 estão passando.
   Obrigado!

Folhas Verdes


Ai sol,
quanta luz amarga de morte
tens...
Ai, sol,
quanta luz de framboesa
refletida
nessas folhas verdes
caídas no chão...
Ai, o vento 
suspira também
sua canção de vinho:
- que o dia
suave e frio
nunca se acabe!
Ai, sol, 
quanta luz vermelha,
amarelada, azulada.
Que o céu azul
refresque a terra
marrom e a cigarra triste
que canta chorando
as folhas verdes
caídas no chão.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Amor signifique


Arco-íris de luz incendiante,
aliança com os filhos dos homens.
Auroras misteriosas, lábios
delicados e marinhos.
Que o amor signifique
tudo isso e muito mais.
Amar é onda que vêm,
amar é onda que vai.
Deixo inscrito tal palavra,
tal suspiro metálico,
tal ruído maldito.
Sombras estreladas de
azul e verde constante.
Rima calada: amor jorrante.
 *

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

dois poemas

Qual o teu nome

Qual o teu nome,
sombra iluminada?
Qual o teu nome,
mariposa
escura que não voa?
Qual o teu nome
perfume
suave da noite?
Qual o teu nome
luar
sangrento sem estrelas?
Qual o teu nome
sol 
amarelado de
marfim?
Esqueço sempre
o teu, o meu, o nosso nome.
Acho que o nosso nome
era apenas nome de
eternidade

(que infelizmente
se 
perdeu).


Junto a ti 

Junto a ti
vai o meu nome.
Nome de mar,
nome marinho
que escoa
até a praia
como uma
onda silenciosa
e solitária.

O meu nome,
não esqueça
o meu nome,
nome de terra,
de marfim,
disseram-me
até que era
o nome de
um anjo...

Deixem que
outros confundam
o meu nome.
Não, tu não,
você não pode
esquecer meu nome.

Você deve recitá-lo
sempre ao luar amarelado.
Não pode esquecer as sílabas
que compõem o meu nome
de metal, de aço enferrujado.

Junto a ti
vai o meu nome
(o meu silencioso
nome, nome de
luz, nome de
sombra).


Canção do solitário marinho

Com olhos marinhos
de sono, com olhos
de vidro, de mar, de onda
que envolve e arremessa
areia salgada em tua direção,
ó praia solitária,
assim me movo
sonambulo de sono,
de mar, de manhã
enevoada, de ar
gelado, de suspiros.
Vou levando as
algas terrestres
que se prenderam
em minha roupa
azulada de marinheiro.

Queira deixar teu nome,
companheira das
focas, em cima
do navio enferrujado,
em cima do coração
nublado, na noite
sem pressa que
passa devagar
como o suor
das gaivotas.

Quero deixar
o sono e o mar,
quero ouvir apenas
o suspiro do oceano
e cantar mais uma vez,

só mais uma única vez!

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Quando penso nela penso nela


...
Ai, quando penso nela
penso nela (e nenhuma
flor silvestre entende).
Só o sol que se vai
desilumina o sorriso dela.
Ai, quando penso nela
penso nela ( e nenhuma
gente entende).
Na voz serena que ela
tem ou o sorriso ardente
que estrela nenhuma tem.
Quando penso nela
penso nela (e nenhuma
explicação se tem).

Desenganam-te os que te miram

Desenganam-te os que te miram
sem ver que carregas em ti a beleza.
Ó dureza da pureza da natureza.
Quem viu tua face sem mirar a formosura?

Agora que a lua não se compara
em metáforas a tua brancura,
nem a noite pode ser usada
para descrever teus cabelos negros.

Chega de palavras desperdiçadas,
por que se me calo morro de amor
e se digo o que sinto toda a gente

ri sem desenfrear o momento.
Agora mesmo sigo te amando.
Mais tua beleza já não mais descrevo. 

Não cito o amor em vão

Não cito o amor em vão 
nem forjo mares na escuridão.
Outros olhos verão a imensidão
quando lábios ardentes te beijarem.
Decifrarei as voluptuosas 
maneiras de amar na harpa.
Não cito o amor em vão.
Que outros olhem a ilusão.
Eu passo com a harpa na imensidão.
Não me importo se não vejas
que arde em mim o desejo e o sonho.

Mais o teu nome ficará dentro da sombra
para que outros vejam com certeza
que o amor não foi citado em vão...

dois poemas

pequeno poema

Que o sol lento
esse que nasce
em tua face
noturna e fria,
anunciando 
o amor
e a libélula ,
crisálidas de poesia.



Bilhete

Que o amor brilhe
além desse lugar,
onde o céu se

confunde com o mar.
E sonho, ai como sonho,
esperança!

Para quem cantas...


Para quem cantas
cigarrinha branca
tua canção sem dor,
sem melancolia,
sem esperança?
Canta para todos
ou para ninguém?
Por que cantas tanto
cigarrinha branca?
Canta para a árvore
verde, que chora
suas folhas mortas?
Canta para os caracóis
que se amam por detrás
das pequenas rochas?
Cantas sempre,
amanheces cantando.
Escurece cantando,
adormece cantando.
Para quem cantas
cigarrinha branca?

Cantando


...
Perdão amigos
se quando quero
cantar, canto sempre
a mesma canção que
nasce azulada do
meu coração de mariposa.
É que quando nasci
aprendi as notas suaves
da alegria vendo o dia
cinzento da janela
se desdobrar em tempestade.
Ai, que beleza era escutar
as gotas miúdas caírem
dentro do coração claro
e marrom da terra...
Perdão amigos,
por que é sempre a mesma
canção repetitiva,
é sempre o mesmo verso,

é sempre a mesmas rimas
ridículas...
Que outros
façam novas inspirações
clandestinas,
por enquanto
seguirei as cigarras
e as mariposas
de ano e ano
cantando e cantando...

Canção da noite silênciosa


___________________
Na noite silenciosa
e pálida que passou
por mim sem dizer adeus,
pude ver águas claras
nas estrelas apagadas do céu.
Adeus, adeus minha
guitarra quebrada,
adeus, adeus minha
amada escura e clara.
Essa noite não finda
e se repete sempre.
Como um navio enjoado
de mar e de onda
eu te toco na noite,
mulher clara, mulher escura.
Por todos os lados
da maçaneta lilás,
por todos os cantos
dessa porta
te toco em claridades,
em palavras suaves que ardem
tanto na noite silenciosa
quanto no teu coração
de danone rosa.

Outra vez o mar


Outra vez o mar,
mesmo que não queira
mais vê-lo ou senti-lo.
Melhor seria amar
uma colher do que
o sal
dessas águas repetidas.
Ai, como eu
sou intranquilo,
me diz o irritante oceano
(e sou
obrigado a ouvi-lo).
Adeus mar, leve tuas
ondas, teus peixes,
leve teus banhistas,
teus golfinhos
para
dentro de tua
barriga de sal.
Não quero mais amá-lo.
Não quero, apenas
isso.

O porto


Não esqueci
do teu rosto.
Ai, que amargura.
O dia se estendeu
lento e sereno
com pedras e lodo.
Choram comigo as mariposas.
E antes que o dia nasça
nós partimos de novo
até alcançarmos o porto.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Ao ler uma frase oculta


___________________
Nunca estamos sozinhos
é imensa a luz que nos invade.
Lá fora, a noite se recolhe
e chora lágrimas de estrelas.
Nunca estamos sozinhos
repartimos sempre a terra
com as árvores com o
vento com os rios com
tudo o que se manisfesta.
A voz do Criador reverbera:
estão sempre sozinhos?
Assim o cão o gato o homem
os pássaros se movem sempre.
Mais nunca estamos sozinhos
por que a vida sempre
se manisfesta de algum jeito
(fora ou dentro do espelho 
dos nossos olhos).

Vem comigo

______________

Quem escreve teu nome
solitário de verde e de rochas
para mim nessa imensidão
de trevas e luzes formosas?

Dai-me tua mão, vamos,
canta comigo, suspira.

Que o caminho seja esse,
que seja esse o caminho.

Vou imenso com o meu
chapéu judaico, vou levando
minha harpa cristianizada
de louvores pelo campo.

Vem comigo, levo-te em meus braços.
Vem comigo, dou-te os meus versos de amores.

duvida

Não esqueci o teu nome, nem o sonho,
nem vi as nuvens, nem cheirei o suor
da terra depois da tempestade.
Tudo isso era o amor (ou o fim da tarde?).
Não descrevi o mar, nem vi a silhueta
do tigre no reflexo da lembrança.
Ai, como eu queria beijar-te amada
com meus beijos cheio de temperança.
Mais é noite, e a lua é a mesma
esfera sem brilho que reflete
o mesmo brilho que o dia tece.
Ai, dá pra mim mais um suspiro
porque de manhã o dia arde
enquanto noite de repente se escurece...

para a vida...

Mesmo azulado céu, mesmo espaço,
mesmo sonho que componho,
mesmo sol, mesma luz, mesmo
esquecer, mesmo ter, mesmo destino.
Desperto sempre o mesmo, 
o mesmo arco-íris, o mesmo
guarda-chuva, o mesmo judeu,
o mesmo que antes era outro.
Mesmo azulado céu, mesmo espaço,
mesmo cântico dos cântico,
mesmo ritmo acelerado...
Mesmo momento, mesmo por-do-sol,
mesmo choro, mesma alegria.
E tudo é tão diferente para a vida...

Concluo estrelas, palavras repetidas

Concluo estrelas, palavras repetidas,
centenas de carta escrevo todo o dia.
Ai, meus dedos cansados cantam
mais do que me acompanha a luz.

Agora sou sombra, sombra que
se esconde no meio do vidro.
Ai, meus dedos cansados cantam
mais do que cantaria um violino.

E assim vou compondo 
esse céu verde, essa
estrada azulada.

Vou passando como o mar
voltando sempre, repetindo as mesmas
estrelas, as mesma palavras que escrevo.

Do amor falo sempre de cor

Do amor falo sempre de cor 
sem repetir a mesma sílaba.
Quem não viu que do amor
só ela entenderia acima?
Se faltou luz em teu olho
pude ver florir a minha canção.
Não houve amarga razão,
pois minhas rimas escolho.
Agora falta a mim a mensagem
mesmo que me arda esse ferrolho
de dizer que a amo 
mesmo encerrando essa paisagem
que esquecerão ao outro ano,
dizei que a amo: ai, como a amo!

comentário da noite


I
a noite
sem luz
...
e as estrelas
brilhando dentro
da alma
...
II
Na escuridão
do céu se movem
sonhos. E eu a amo tanto...

IN NOMINi


De tanto escrever
noites e dias, me chamaram
sem querer de
poeta das brisas do amor.
Não que isso
escandalizasse
os peixes ou as moscas.
Fui esfumaçando
o amor e algumas
lágrimas verdes
tocaram a terra,
a terra suave, seca
e pura de tempestades.
Quando comecei a
descrever o mar,

me intitularam apenas
como o poeta das
tartarugas marinhas...

Apenas um Sino


________________
Sei o seu nome, amigo,
e suas melancolias.
Mais sou tão frio
quanto o teu suspiro,
sou tão frio que
chego a amar os sinos
que o mar vomitou
nas praias densas.
Meu amigo, eu não
posso fazer nada:
sou apenas um sino
jogado diante da praia.

O vento


...
O vento passou
por mim sem dizer
o seu adeus.
Eu disse apenas
que era mel e poesia.

NOVAMENTE


_____________
Novamente
sou como os pelicanos
sonhadores.
Pois bem, que outros
vaga-lumes lamentem
minha morte.
Quero deixar ao
mundo apenas a
letra verde e o mar
obscuro.
Quem sabe,
acordarei nas asas
de uma borboleta
parecido com um piano,
levando melodias
ao escuro?

Dia Amarelo


_____________
Agora o silêncio
é apenas das estrelas.
Muito bem, que o outono
descanse nos braços
amarelados das folhas caídas.
Quanto a mim, pássaro marinho,
quero ser por alguns
infinitos de dias,
terrestre como as rochas.
Por favor não cantem
de frente da janela vazia
do meu coração amarelo.
Deixem o outono cantar
enquanto em silêncio

eu também estiver cantando.

Adeus


_______
O mar não me decifrou
de areia. Apenas vi
a praia e o céu
quando quis me
camuflar com as estrelas.
Digam adeus apenas para
o mar gelado, o mar que
não me amou em beijos
de ondas e neblinas...
Amanhã, a essa hora
do dia, sem relógio,
escreverei teu nome

nas águas profundas
só para ele ser
mastigado pela areia.