sábado, 26 de abril de 2014

resposta

_ Você quer que eu te beije?
_ Eu nem sei se quero!
_ Ah garoto... Vai tomar no cu, então!

haikaimaduro


O menino atravessa a rua
Querendo chegar na escola no horário correto.
O destino prega-lhe uma peça: ele é suspenso por atraso!

Sentada no banco. I

Sentada no banco.
I
A menina lê um livro com os óculos pendurados no nariz. Ela é bonita. Deve ter pelo menos uns vinte anos de idade. É loira, magra e seus olhos são esverdeados. Parece estar tão concentrada no livro que não consegue perceber a figura que chega até ela. É um homem que aparenta ser um pouco mais velho. Deve ter pelo menos uns trinta anos de diferença. Ou ele tenha trinta um anos de idade ou trinta e dois, não faz nenhuma diferença para nós. Vamos pensar que ele tenha trinta e quatro.
_ Há quanto tempo Elisa!
Por um momentos ela parece nem se importar com o que escutará. Então, como se despertasse de um sono, ela se lembra que seu nome é Elisa. Ela mira entre a lente dos óculos a sombra, mais não levanta a cabeça. Primeiro, com delicadeza chinêsa, pega um marcador de páginas de livros que está em sua pequena bolsa, ao seu canto direito, e fecha a página que estava. Página 458. É um livro de direito. Vamos imaginar que ela estude direito, mas não é esse o caso. Ela encara a figura.
_ Quem é você?
_ Não se lembra de mim?
_ Não, não me lembro. Me desculpe a franqueza!
_ Que isso! EU é que peço desculpas. Você apenas se esqueceu de mim. Não se lembra da festa na casa de sua prima, a Karina?
_ Ah... Você é o tocador de bateria, né?
_ EX-TOCADOR de bateria. Não toco mais...
_ Não toca?
_ Não! Agora toco violão em uma banda de jazz.
_ Mais continua tocando. -Ela sorri.- Me perdoe, eu não me lembro do seu nome...
_ É Michielt. E é um nome mesmo ruim de se guardar.
_ E o que você faz por aqui? Passeando?
_ Fui visitar um amigo que sofreu um acidente de carro. Coitado, está com a perna inteira quebrada; Talvez fique até paralítico.
_ Puxa... Que pena. Meus pesares a você!
_ Não sofri o acidente!
Elisa se recordou que realmente Michielt gostava de dar essas respostas secas.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

OUTRO (OU SARA)

_ Há quanto tempo ela está dormindo mesmo?
_ Não sei. Não faço ideia.
_ Isso parece uma coisa impossível.
_ Mas isso é impossível. Como pode uma moça saudável deitar-se para dormir e não conseguir acordar mais?
_ Não sei. Nesse mundo acontece cada coisa. Gatos falam, homens viram mulher, o oceano é aberto. Quer mais o que?
_ Quero que ela acorde.
_ Hum... Isso é muito positivo da sua parte.
_ Obrigado.
_ O que você é dela? Namorado?
_ Somos amigos!
_ E você não gosta dela?
_ Gosto. Mais isso agora não é relevante, não acha?
_ Preciso te perguntar essas coisas, meu jovem. Se não, não posso deixá-lo sozinho com ela aqui no quarto.
_ Entendo.
_ Mais gostei de você. Você realmente parece  preocupado com ela.
_ E eu estou preocupado com ela. Quero saber o que ela teve: porquê ela não acorda?
_ É um estado de espírito. Você gosta dela, não?
_ Gosto. Já disse isso.
_ Certo. Fique junto dela. Vou me informar com a enfermeira sobre o estado dela.

O médico sai do quarto. 
Hari pega na mão da menina na cama.
_ Vê se acorda Sara... Eu te amo.

delírios

_ Onde ela está?
_ Está lá fora.
_ Ela não vai entrar?
_ Não sei. Mandei ela entrar.
_ Está frio lá. Vai chamá-la!
_ Eu já fui chamá-la. Ela não me responde.
_ Como é o nome dela?
_ Juro que perguntei, mas ela não responde. Ela só dá um sorriso de flor-de-lis, e volta a observar o céu.
_ Tem estrelas lá?
_ O "senhor" não pode sair para ver estrelas hoje.
Não é tempo adequado.
_ Tudo bem então. Vê se ela vem aqui pra dormir comigo.
_ Ela está lá fora. Sorrindo.
_Ela não vai entrar?

quinta-feira, 24 de abril de 2014

a chuva uniu
o bar ao poema:
coca-cola e cerveja!
a noite lá fora
o beijo suave:
a chuva cai por aqui!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

NA MESA

NA MESA

_ Pensei que você não chegaria a tempo do jantar. 
Ainda bem que guardei a sobremesa pra você!
_ Eu também pensei que eu não ia chegar a tempo. 
Você viu pela televisão o que aconteceu? Eu estava lá naquele momento.
_ É mesmo? Quase não acreditei. Uma coisa horrível aquilo tudo! 
_ Não ficou assustada?
_ Por que eu iria ficar assustada?
_ Sei lá... Talvez pelo fato de eu ser um possível morto...
_ O meu "fato" sempre seria que você fosse um possível sobrevivente.
_ Então você não se preocupou comigo!
_ Eu me preocupo sempre com você. Por isso sempre mando mensagens ao seu celular... Você não as vê?
_ Eu desligo o celular quando chego no trabalho.
_ É por isso que você não me responde as minhas perguntas, certo?
_ Certo!
_ Então ligue ele e veja que eu escrevi pra você: VOCÊ ESTÁ BEM, MEU AMOR?
Isso é preocupação...
_ Deixei-o em cima da mesa.
Sai com tanta pressa pra ajudar os que gritavam, que eu nem me lembrei de pegá-lo. Eu prefiro salvar vidas humanas a salvar aparelhos elétricos.
_ Não precisa me dar explicações. Eu sei que você é assim.
_ Que dia! Que dia!
_ Ainda bem que sobrou pra você a sobremesa...

quarta-feira, 16 de abril de 2014

versos de recomeço


dentro de mim 
minha alma em zumbidos se encontra
com
pontas de lanças em fogo 
  a me queimar. 
Digamos que eu estou ficando louca 
Mente apaixonado. 
E agora meu corpo se move 
Sem saber onde e para onde

Cansado

Cansado
da mão direita?
Use a esquerda!
Não abdico
do meu amor
não me retiro
do meu poema
Não me deixo
Por coisa pouca.
Não vou morrer
Por ninguém
Ninguém morrerá
Por mim
Só as nuvens
Entendem os
Sentimentos 
Que regem o
Sofrimento.
Cansado 
da mão direita, camarada?
Vamos, pegue, adentre na
Batalha, o povo
Controlado
Não se cansa
De ser um palhaço.
Vamos mudar! Isso.
Vamos começar com
Nossos políticos.
Eu assumo como rei,
Mais alguém irá me degolar
E proclamará a república.
E nessa coisa toda, haverá
Rebeliões. 
Camponeses, onde estão?
E os operários, batem suas forjas?
Político sério, vi só um no cemitério
Enterrado com os ossos cheios de
Dinheiro...
Poetas? Ah, esses não tem nem amor
Próprio.
Professores? Aumentem os salários
Deles, eles querem ensinar vocês
A serem anti-burgueses sendo burgueses!
Agora, camarada, eu lanço mão no arado.
Proclamo o reino dos Céus em vós mesmos.
Ah, vocês não acreditam no camarada Enviado?
Tudo bem... Eu já sou o próprio passado.
Antes que o mal fosse, eu vi o Bem nascer.
Companheiros, garimpeiros, que mal temos
Em sermos nós mesmos?
Quer a paz mundial? Cuide
De sua vida, e não proclame
O mal! E o Bem, camarada Gavriil?
Está nos nossos desejos mais profundos!
É, assim caminha a sociedade
Para o próprio lixão cultural que 
Oferece. 
Não vamos ficar irritados, não vamos?
O meu eu gosta tanto de plural,
Isso não é nada legal...
A mão direita está cansada?
Ora, veja a esquerda, e pegue a enxada.
E agora? Queria tanto ser vagabundo...
Só posso ser poeta nesse mundo absurdo,
Por que me disseram que o diabo é que é vagabundo.
Pobre de mim, quase enlouqueci de verdade
Quando vi o tamanho do planeta Marte!
Vamos
seus cabeças de bagre
Sigam a liberdade
Para onde ela nos levará? me dizem
Quem mostrará o caminho? O Pastor
que está revindo?
Levantem-se de suas burrices
Meditem, acreditem:
Um dia, haverá um político rindo de vocês
(se já não o existem)
VAMOS DAR BOSTA
MERDA
ESTRUME
DE CAVALO
PARA O POVO
PORQUÊ É
ISSO O QUE
ELE QUER
Se ninguém vai me ouvir: GRITO!
Sou uma máquina
e me desespero...
Minha poesia é uma
máquina, e com ela
me movimento todo.
Vamos camarada,
Eu não prego nada!

todo revolução de coração


Sou todo
          uma
revolução,
                 Uma 
       revolução
feita
     de coração.
Dei
     xe
         i
as
      armas do
outro                  lado. 

O
lado que carrego
é o lado que tenho: lado amoroso.

Sou todo
         uma
revolução
feito de
co
   ra
    ção
 pa
    la 
        vra.

Um coração
que foge da
oficial anatomia...

Um 
co
   ra
    ção

que
se
explode
de alegria
um coração
que é como flor
parte da minha anatomia.

Sou todo
         uma
revolução
feito de
co
   ra
    ção

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Num sonho
um sábio oriental
me disse:
_Você não
precisa da China.
Só precisa da Chana!

é preciso?

Quando a noite surgiu
eu vi a lua
no céu,
clara e
alta

E mil
estrelas
ou mais
acompanhando
as negruras do
espaço.

Nem a lua e
nem as estrelas
nem brilho nenhum
tem valor sem você comigo.

E o espaço fica tão vazio...
as horas ficam tão sombrias...
...Só o carinho das suas mãos pode aquecer o sol
Do meu coração...

E isso é uma
declaração
que não me
faz tão mal... é preciso?

domingo, 13 de abril de 2014

o cosmo eu e ela

Hoje
que
o dia
está
acaban
do
e você
não está
aqui
eu
estou
em
con
tem
pla
ção
com
você
em a
lgum
lugar
acre
dito.
O
s
e
u
ro
sto
e
seus
olhos
ne
gros
são
o meu
cos
mo.
O
cosmo
que
hábito
é tudo
isso:
s
e
us cabelos
negros. Negros.
E seu sorriso.
Sorriso. Risos.
Feminina. Uma
Pantera.
Hoje confesso,
É amor...
e o cosmo
me aplaude
sempre me
aplaudiu. E
Irá nos
aplaudir
por que
eu
te
a
m
o

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Uma estação de locomotivas

Meu coração é uma estação de locomotivas,
E nele já não se passa trens de falsos amores...

É nas ruas fechadas que eu me encontro perdido
Como largos versos esquecidos dentro dos livros, assim me sinto.

Eu me assustei com uma menina que me cumprimentava
Talvez por que me faltou alegrias nas minhas palavras.

Meu coração é uma linha de trem em ritmo acelerado,
Não entendo  nenhum dos lados...

Oi, sumido! Sumido? Se existo? Estou perdido!
Oi, eu digo! Não te conheço! Como sou Esquecido!

Meu coração é uma linha aberta em completa alegria.
E cada um carrega sua linha para onde vai...

Então é só seguir...
seguir... seguir...
seguir... seguir...
seguir...

terça-feira, 8 de abril de 2014

as focas


Largos
são
meus
versos
assim
como
a vida
de um
animal
morto.
Largos
são.
E minhas
rimas
enjoam
as focas
in-pensantes.
Pensem
por que
não é fácil
construir
luas
com
papéis
molhados.
Escrever
já é viver
quando
vão
apr
end
er?

Chega
de ser
sábio.
Isso é
coisa
de bur
guês (ou
de chinês?)

Vão me ler
com águas
nos olhos
um dia
quan
do
e
u

for
e todos
vão
e vão

as focas ficam!

duas coisas


Sou duas coisas:
Pra você, o apocalipse E o fim.
Pra mim mesmo, sou o seu amor.
Dito isso, não me resta nada.
Corações com rugas se
enferrujam sozinhos.
Por isso precisamos de
óleo nas engrenagens
dos nossos beijos e
encontros.
Duas coisas: eu preciso
de você e você de mim precisa.
Fora disso, não há matemática
que resista às fórmulas exatas da
paixão!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

saudades de ana. p.

Um dia 
eu te amei.
Foi um dia
perfeito.
O sol iluminava
a grama
as crianças
e as nuvens
brancas pastavam
no céu.
Eu entregava
lista telefônica
suava
como
qualquer
trabalhador.
Um dia
eu te amei.
Que dia feliz,
que dia maravilhoso.
Quantos dias foram?
Não precisava de
bebidas
pois teus
lábios já
me alcoolizavam.
E que bunda maravilhosa
de se apertar, essa a sua.
Um dia eu te amei.
Hoje eu já não sei se se lembras
quando nos beijávamos.
Beijos de poetas talvez
sejam tão malucos quanto
os beijos que se dão as
gazelas.
É que um dia
eu te amei.
Pensava em
você depois
do fim.
Olhava
as estrelas
e lá estava você.
Olhava o pasto perto de casa,
lá estava você.
Olhava os meus
versos que te fiz,e,
adivinhe, lá estava
seu nome
seu rosto
seus cabelos
sua boca
sua paixão
seu sorriso
de mulher (e que mulher,
você algum dia foi menina por acaso?).

Será que você vai ler esse verso?
Vai sentir saudades de mim, mesmo
Com outro.

Eu não ofereço dinheiro, muito menos
Quero te oferecer "viver eternamente de amor".

Só lembrei que um dia eu te amei

E esses dias foram maravilhosos para mim (e pra você?).

terça-feira, 1 de abril de 2014

último lilás

Est
OU
com
pleta
mente
enfermo:
tenho
umincêndio
no coração!